Foi dessa forma que conheci Taormina, da janela e assim, carinhosamente a apelidei. Vou te contar…
Para ir para Roma, precisei pegar um trem do comune de Patti até o aeroporto de Catania (três trens, para ser exata). Apesar da logística, a beleza do trajeto compensou cada segundo. Em certo momento, me deparei com uma vista de tirar o fôlego, que me hipnotizou de tal forma que não consegui nem pegar o celular para filmar, muito menos conferir o nome do lugar. Fiquei completamente deslumbrada.
Mais tarde, conversando com algumas pessoas sobre a experiência de estar na Itália aguardando minha cidadania, ouvi a mesma pergunta de várias delas: “Você já foi a Taormina?” Não tive dúvidas de que o paraíso que vi da janela do trem tinha nome. Não me preocupei em confirmar – no fundo, eu sabia que era aquele o lugar.
Organizei as passagens de trem. Sorte a minha: Taormina é muito perto do meu comune. E fui.
A Itália me encanta de uma forma inexplicável. As ruas, a história… Talvez por conta da minha ancestralidade, tudo aqui ressoa de maneira mais intensa, e eu sou suspeita para falar. Mas Taormina me silenciou desde o instante em que saí do trem.
O que nenhuma prática de meditação conseguiu fazer com minha mente aconteceu ali, de forma natural. Taormina é pequena, uma mistura delicada do moderno com o charme rústico italiano. Os prédios, com suas varandas cobertas de flores, pareciam ter sido desenhados para enfeitar o cenário. E lá estava ele, imponente, o Monte Etna, quase como um guardião da cidade, transmitindo uma energia que não se explica, só se sente.
Logo segui para a praia de Isola Bella, acessível por um teleférico que já é uma experiência por si só. A vista lá de cima é simplesmente deslumbrante! Quando cheguei à ilha, conectada à praia por uma faixa de areia, me senti em um sonho. Isola Bella é um tesouro natural, com águas em tonalidades que variam entre verde e azul, tão cristalinas que você consegue ver o fundo mesmo a uma distância considerável.
Taormina é um daqueles lugares que parecem feitos para te acolher, como se a natureza e o homem tivessem trabalhado juntos para criar um verdadeiro paraíso. Suas maravilhas naturais se integram perfeitamente às obras humanas, como o Teatro Antico, onde o encontro entre o passado e o presente é pura magia.
Estar ali é como viver dentro de uma obra de arte. Assisti ao pôr do sol no Teatro Antico, e a vista parecia uma pintura viva: o laranja do céu se fundia com o azul profundo do mar.
Enquanto caminhava por Taormina, me senti em um estado de pura paixão. Sorria sem perceber, apaixonada pelas ruas, pelos sons, pelos cheiros e pela energia que só aquele lugar poderia oferecer.
Foi ali que entendi o verdadeiro significado de presença. Taormina não é apenas um destino; é uma experiência que nos convida a silenciar, admirar e nos conectar com algo maior.
Se a Itália é um sonho, Taormina é aquele momento em que você acorda e percebe que está vivendo dentro dele.
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