No Meio do Caminho: Ansiedade, Liberdade e as Lições de Roma
- Alessandra Bagattini
- 13 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Algo que sempre me gerou muita ansiedade foi o medo de me perder. Desde pequena, esse temor me acompanha, e não sei exatamente o porquê. Me perder dos lugares, me perder de mim? Talvez. Já foi tema de inúmeras sessões de terapia, porque, em muitos momentos, esse medo me paralisou e me impediu de explorar o mundo.
Mas eis que a vida, com suas ironias e surpresas, me colocou diante de um visto negado (assunto para outro momento), e, curiosamente, essa adversidade me impulsionou a realizar um sonho: aqui estou, sozinha na Itália, em busca da minha cidadania italiana. Sozinha, com o Google Maps, com quem nunca tive a melhor das relações. Até Roma.
Para o processo de cidadania, você é direcionada a um comune, onde precisa esperar o Vigile confirmar que você reside ali. Esse processo me deu alguns dias livres, e decidi que não poderia deixá-los passar em branco: era hora de conhecer Roma. Mas, claro, não foi tão simples. O que ressoava o tempo todo dentro de mim era: “Alessandra, você está na Itália, o país que sempre quis conhecer, a terra que reflete sua história e ancestralidade, e você não vai ao menos tentar se desafiar?”
Com essa pergunta ecoando, me preparei. Pesquisei, estudei todos os pontos turísticos, todos os bairros de Roma, e montei meu roteiro para os três dias. Planejar me dava a sensação de controle, de segurança, e isso acalmava a ansiedade. Conhecer a si mesma e trabalhar com as ferramentas que te trazem paz é uma forma de suavizar os riscos e jogar a seu favor. E, assim, usei esse conhecimento para amenizar o medo.
Eu e o Google Maps finalmente fizemos as pazes. Arrisco dizer que nos tornamos melhores amigos. Usei e abusei dele nesses três dias, e em muitos momentos, tão deslumbrada com o que via, simplesmente guardava o celular e deixava meus pés me guiarem. O medo de me perder não encontrou lugar. Não fez morada.
Falar da Itália é falar de raízes. Esse país é muito especial para mim. Ele carrega um peso de história, força e sentimento que me faz sentir em casa. Mas, dentro de tudo isso, o que mais emerge dessa experiência é a liberdade. É o dar-se permissão para ser livre. Às vezes, precisamos nos perder para nos encontrar. Sei que essa frase já foi repetida tantas vezes que parece clichê, mas o óbvio só se torna óbvio quando internalizado.
Ale muito emocionante o sua forma de colocar para fora o sentimento que te impedia de prosseguir a vida e se libertar do que as vezes nem sabemos porque estamos presas . Mas vc conseguia e agora dá para ver que vc é uma nova mulher... mais madura e segura de si. Se ame casa vez mais ...vc vai longe. Bjs..
Se perder as x é bom também😍
Que lindo, Ale! Amei te ler!